Santos da Casa

Ainda haverá quem acredite em milagres? O que dizem os antigos é que “em casa de Ferreiro, espeto de pau” ou que “Santos da Casa não fazem milagres”… no entanto, ao contemplar as antigas vinhas que adornam as margens do rio Douro, é indiscutível – pequenos milagres podem, sim, ser engarrafados, tal como este vinho.
Aninhado num terreno rico em xisto – uma rocha metamórfica fortemente laminada – o solo da região, apesar da sua aparência enganadora de rigidez, tem uma habilidade particular para reter água e nutrientes.
A Quinta de Cevêr é uma propriedade que foi casa de família nos idos anos de mil e oitocentos. Eram outros tempos, outras gentes e outros costumes. O que não era diferente era o microclima do Douro, uma das razões mais importantes para a qualidade e estilo dos vinhos que nascem nestas encostas.
Estamos a falar da zona conhecida como Baixo Corgo, no extremo oeste mais próximo da Serra do Marão, onde a chuva e o rendimento das vinhas são mais elevados. Esta cadeia montanhosa protege os terrenos da influência do oceano Atlântico, conferindo-lhe um clima continental como verões quentes e secos e invernos mais molhados.
Para enaltecer os aromas a frutos vermelhos maduros e de ameixa preta, antes de ser engarrafado estagiou 12 meses em barricas de carvalho francês, que lhe dá um sotaque percetível no momento da prova.
É uma longa história iniciada por Alzira Santos e Pedro Seixo, que pretendem dar continuidade à produção de vinho nas zonas mais emblemáticas de Portugal e honrar o legado construído por quem cuidou daquelas terras antes deles.
O carácter familiar da empresa e a valorização dos colaboradores locais são traços que elevam a qualidade deste projeto, aliado à preocupação com a sustentabilidade ambiental da operação e às boas praticas implementadas que resultam em vinhas mais saudáveis e acrescentam maior autenticidade dos vinhos.
São práticas com uma intenção clara de deixar para as próximas gerações um legado de maior qualidade.
Aqui é posta em prática a máxima, “não herdamos a terra dos nossos antepassados; ela é-nos emprestada pelas gerações futuras”.
Resta verificar o trabalho que os santos da casa guardaram dentro da garrafa que tens à tua frente…
Cheers!